domingo, janeiro 20, 2008

Conseqüencias do "sem"

Poderia ver diversos filmes de amor, nos quais o fim sempre dá certo, para que, ao acabar, possa rir por saber que tudo aquilo é apenas ficção.
Poderia sair por aí, me distrair com as expressões das pessoas e especular o que elas pensam.
Talvez ficasse a buscar razões que expliquem o motivo dos bebês serem a coisa mais linda e graciosa do mundo.
Passaria meu tempo analisando que tempo é esse que levo para pensar sobre ele mesmo e o que isso acarreta no meu próprio tempo.
Levantaria questões existenciais que nada significam perto do pragmatismo da vida.
Leria os livros obrigatórios - que todo mundo leu - que não li.
Poderia virar muitos copos ou beber todo bar.
Quem sabe usaria drogas para ter alucinações.
De fato, poderia agir e pensar tanto. Poderia muito.
Mas me encontro num estato deplorável de inércia, onde nada existe concretamente - nem ações, nem imaginações ou alucinações. O que existe é a vontade quase inconseqüente de uma expressão que não se expressa e que, absurdamente, se esconde por não saber agir. São pensamentos concretos que não se exprimem por não saberem como fazê-lo.
De incertezas e falta de atitudes vivo, estando certa de que sentimentos de amor e dedicação estão prestes a fugir por algum lugar.

terça-feira, janeiro 01, 2008

Quando passa?

Melhor não dormir. Prefiro permanecer acordada e pensar nos momentos reais. Se dormir, posso sonhar. E sonhar é mergulhar em fantasias e devaneios.
Quando passa? Melhor dormir e sonhar que o tempo seguiu. Ou retrocedê-lo e mudar o rumo dos acontecimentos.
Uma parte se foi, outra ficou. Sinto falta de mim mesmo. Preciso da minha voz, do meu corpo, da minha paz. Preciso ir ao bar, ao cinema, ao teatro, andar por aí... Necessito do encontro comigo. Careço do meu abraço e das horas que eternizo.
Tenho vontade de chorar. Não sabia que poderia me achar. Não sabia que gostava tanto de mim.

Quando passa?

O fato é que já não sei dizer o que aconteceu. Já não sei quando durmo ou acordo. Se tudo que sonhei foi mesmo um sonho meu. Não sei qual dia é hoje. Não sei que horas são. Não sei notar o amanhecer e o chegar da noite.
Para mim, independente do instante do dia, só as estrelas existem. Elas me entendem. Elas me acariciam. Elas vão me trazer de volta.

Mas, quando passa?