terça-feira, janeiro 16, 2007

Eu e Tom

A roda do círculo roda no mesmo sentido que foi. Roda, rola, enrola, desenrola.
Não é o mesmo: o suspiro que me toma; o ar que me toma; o cheiro que me toma; o sabor que me toma; a embriaguez que me toma.
Rodou acreditando encontrar o íntimo da psique. Rolou nos acordes desarmônicos, nos versos recôntidos, nas líricas sujas. Enrolou-se na índole despótica e nas mentiras indelicadas. Desenrolou nas ruas do coração - aquelas com caminhos tortos, onde os bêbados sentam, mendigos sofrem, as pessoas correm. Aquelas que são saídas pra dor, de alegrias levianas e insensatas.
Daí os eus aparecem e discutem entre si. E o verdadeiro eu, existe? Por quem é fabricado? E isso tem importância? São quantos, afinal? Não, você não acreditada nisso? Mentira! Presta atenção em você. Conta quantos vocês existem. Como os vocês é só você, então não há vocês? Ou não tem você? Faz assim: suicida um deles e vê como se sente. Cria outro dentro do seu eu e note o que muda.
É possível, no entanto controlar isto? O ser humano quer manipular tudo, não concorda? As plantas, as máquinas, o dinheiro, o poder, o sentimento e a própria vida humana. (E as coisas caminahm pra destruição...) OPA! O sentimento? Manipular? Difícil...
Vamos ser muitos. Vamos sair por aí, rodar, rolar, enrolar, desenrolar pelas encruzilhadas da vida. Pode matar algum eu, ou seu, ou meu. Tanto faz. Pode até ser o nosso. Isto faz parte. É assim que a história se concretiza. É o temor que credita o sabor.
Porém, não esqueça: o sabor não vem só do medo. Então, bem vindo a escolha! Será bem acolhido!
Olha, está chovendo na roseira... o jardineiro está florido... você é de ninguém.

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