sábado, junho 30, 2007




Porque eu até tenho o que fazer...

Mas eu preciso brincar com a vida!

segunda-feira, junho 25, 2007

Eu-lírico

"É foda.
Eu lembro do dia em que a gente passeava pelas ruas desertas da cidade, parando em qualquer porta... nos amávamos e depois marcávamos a área com um bichinho. Até hoje não entendi o porquê do bichinho! Sabia que não era possível marcar um coração, pois o nosso amor não era o romântico. Não no sentindo que as pessoas depreendem. Inventávamos o nosso. (Eu acho que estou sempre inventando o amor...). Mas éramos bichos: instintivos, múltiplos, insaciáveis.
Com certeza você não esqueceu do nosso escandâlo na rua. Era excitante ver as pessoas desesperadas com as nossas simulações de violência! E quando deitávamos no meio da rua? Era o auge, né? Depois ficávamos horas a imaginar o pensamento daquela gente cheia de moral e do dito 'bom senso' sobre nós.
E a festa para nosso Deus? Confesso que senti ciúmes naquela orgia. Foi a primeira vez que experimentei o sabor do tal amor romântico. Mas a sensação foi passageira.
Eu sempre olhava para os nossos pés. Cada vez que tentei descobrir qual caminho que seguiriam, os meus saiam correndo. Iam dançar. Dançavam sem cessar. Aos poucos via os seus, brancos, gordinhos e desajeitados.
A nossa vida, a todo instante, era sem nexo. Você é sem nexo. Eu sou sem nexo.
É essa a nossa ligação: não ter ligação.
Eu sou feliz.
Mas é foda."

sexta-feira, junho 22, 2007

Traz, vai!

Pode ser como você quiser...
de papel ou metal,
tijolo ou mar.
Podem ser suas idéias futuras
ou as passadas que não se realizaram.
Aquele homem na sua cama,
ou o amor na estante.

Pode ser de creme, chocolate ou doce-de-leite.
Mas traz um sonho!

terça-feira, junho 19, 2007

O telefone

Perdi minha caneta,
minha ampulheta,
minha cabeça.

Esqueci a boleta bancária,
o livro do otário,
a calcinha na corda.

O fio arrebentou,
a tecla caiu,
mas ele não ficou mudo!
"Eu respondi a sua poesia!"

sábado, junho 09, 2007

Já foi

Eu cortei os pulsos.
Peguei uma faca e passei no braço. Tive muito receio porque odeio agulhas, objetos que arranhem ou qualquer coisa que rasgue a pele.
Mas eu cortei os pulsos.
A princípio não sangrou muito porque o corte foi leve. Eu estava sem coragem. Pra ela aparecer, peguei umas doses de cachaça e mandei pra dentro.
Foi bom. O corpo ficou dormente. Minhas sinapses nervosas pareciam se multiplicar.
Aí eu cortei os pulsos mais fundo.
Eu estava num bom momento, sabe? Tinha ido a uma festa no dia anterior com os amigos, meus pais estavam bem, ganhei uma bolsa, viajei.. Mas precisava cortar os pulsos!
Sangrou. Via os pingos cairem no chão. Eles desenhavam algo que eu não entendia. E nem queria! Aquela cor bastava pra mim. Nunca vi vermelho mais lindo.
Prazer total.
Fui amolecendo. Acho que a cachaça evaporou.
Não parava de pingar.
Minha cama ficou bonita.
Eu cortei os pulsos.
E dormi. Sozinha. Com sangue. Sem pulso.

sexta-feira, junho 08, 2007

Pro caralho!

Impressionante como pouca coisa te faz achar muito.

sexta-feira, junho 01, 2007

A vida ainda pode ser doce?

É difícil entender a vida. Senpre digo e me prometo que vou parar de pensar e levantar questões, mas nem percebo e já faço.
Queria ser uma gota do oceano. Um grão de areia. Qualquer palito do paliteiro. Ou outro cliche destes que marcam que não sou nada.
Não sou nada.
Me sinto um nada.
Nada não. Menos que o nada. "Menos que o nada", aqui usada, é um adjetivo, tipo: "Paloma é menos que o nada." Se esta expreessão vira um adjetivo, consigo ser alguma coisa.
Esquece.
Pode ser que eu esteja em crise(!). Pode ser só o cansaço. Pode ser só raiva da minha bondade, do meu jeito atencioso. Eu preciso mudar.
Pra que? Sou nada.

A música do Moska já não condiz com minha essencia: "Sou um móbile solto no furacão/ Qualquer calmaria me dá solidão". Se o mar está agitado, e o peito doido, não sou mais móbile e esquece o furacão.
Lá vem incoerencia: há esperança. Infima, quase nula, mas há.
Há? Sou? Não.
Deixa pra lá.

furada, querida, hoje voce me deu esperanças. Desaguo em cada linha tristeza e alegria que voce me deu.

Obrigada