segunda-feira, outubro 15, 2007

Bukowski

Chorando,
levei dois tapinhas nas costas
e pensei que era Deus
me parabenizando por minhas decisões.
Quando olhei pra trás
era a mão do diabo
selando uma barganha comigo...


domingo, setembro 02, 2007

Sobre o tempo

Eu percebi que estava pensando de menos e não descobria o verdadeiro motivo. Deleguei à correria do dia-a-dia, à televisão, ao mundo virtual, à tantas mudanças, à preguiça, à minha ignorância, à minha burrice.
E continuava não pensando muito... Esquecia das músicas, dos livros, dos filmes, dos passeios, do mar, das cores, dos cheiros. Era uma vida sem graça, certamente.
Era sem graça porque não era real. Não acontecia. Não transparente.
Só que em uma noite, me distraí e não fechei a cortina pra dormir.
Daí a lua me olhou. Conversamos. Desabafei que me sentia burra porque não pensava tanto. Ela riu de mim. Me fez cosquinhas com o rabinho do coelho. Cantarolou uma música e me colocou pra dormir.
No dia seguinte o sol me tirou da cama. Papeamos também. E ele me explicou que, na verdade, andei pensando demais em você e esquecia de pensar no resto. Faltava tempo porque você o ocupava todo. Você era meu tempo. Meu passatempo.
O tempo passou.
E eu vou passar por cima do tempo.

sábado, agosto 25, 2007

Posologia

Me disseram que tenho "instruções básicas".
Deve ser mais contra-indicação.
Vide a bula!

segunda-feira, agosto 13, 2007

Fórmulas destabelecidas

Tenho ódio do amor romântico. Aquele amor piegas, de sonhos, encontros e desencontros.
Eu odeio a sensação mágica que ele causa: o peito acelerado, as mãos trêmulas, os pensamentos inquietos, uns sorrisos que os lábios não conseguem prender.
Odeio a felicidade dos encontros programados, as ligações inesperadas e os projetos futuros.
Não suporto a satisfação de ser amada, na existência daquele amor alegre, cheio de mimos e apelidos apaixonados, da segurança do olhar que só tem uma direção.
Odeio a incerteza do amor não correspondido, dos sonhos acordados, das expectativas frustradas, dos ciúmes babacas advindos de uma imaginação substancialmente destrutiva.
Amor que mata a solidão. Odeio. Jantares românticos, cervejas promíscuas, cuidar de outro pé.
Mas o que eu odeio mesmo é saber que busco meios para enganar e mudar meu coração.

quarta-feira, agosto 01, 2007

Cuidados vãos

É muito difícil. Eu tento acordar cedo, porém o sono é mais forte. É o meu disfarce pra não pensar. Sonhos? São apenas sonhos... ilusão, desejos ocultos, que seja! Irreais. Sonhos.
Vou dormir mais cedo. E não durmo. Penso. Raciocínio não tão lógico assim... Na verdade são mais algumas ilusões. Seria meu disfarce pra não sonhar?
E caminho. É um labirinto cheio de porquês. E busco portas que possam me levar a experimentos. Ser eu experimentada ou eu experimentar?
Dos livros não mais me alimento. O alimento não mais me sacia. Tenho apenas a sede de beijos e abraços embaraçados e enlaçados destes corações que não se permitem.
Dou licença à paixão e me despeço com a ironia que sai pelo sorriso do canto da boca.
Você se permite?

quarta-feira, julho 25, 2007

Fome de desejos

Um ovo
Dois ovos
mexidos
no azeite
azedo.
Farei um omelete
pra digeri-lo logo
e sair de mim!

Sai!

Pra me amolecer, comece da estaca zero!

terça-feira, julho 17, 2007

Rock'n'roll

Tentando tentar
dizer não dizendo
porque gosto do dito não-dito
dito pelo olhar que não entendo
e que não me olha.

Deito no gelo da cama
da fria noite fria
e me cubro de versos espalhados
embaralhados
perdidos
ouvindo vozes que não me falam

Verdades ilusórias
inventadas por mim
pra mim
que murmuro em meu ouvido
num estouro fugaz

Pela janela,
no fundo do chão
em cima da cama fria
num corpo frio
e outras leituras
de um olhar.


"Só a noite é que sabe que a vida não tem jeito
Que pro escuro de um poema
Qualquer ganido é bom pretexto"

quarta-feira, julho 11, 2007

Bendita seja
a Tua vontade

Bem dita seja
Teu colorido de tristeza
Teu preto-e-branco de alegria

imaginação querida!

domingo, julho 08, 2007

Porvir

Adiamento

Depois de amanhã, sim, só depois de amanhã…
Levarei amanhã a pensar em depois de amanhã,
E assim será possível; mas hoje não…
Não, hoje nada; hoje não posso.
A persistência confusa da minha subjetividade objetiva,
O sono da minha vida real, intercalado,
O cansaço antecipado e infinito,
Um cansaço de mundos para apanhar um elétrico…
Esta espécie de alma…
Só depois de amanhã…
Hoje quero preparar-me,
Quero preparar-me para pensar amanhã no dia seguinte…
Ele é que é decisivo.
Tenho já o plano traçado; mas não, hoje não traço planos…
Amanhã é o dia dos planos.
Amanhã sentar-me-ei à secretária para conquistar o mundo;
Mas só conquistarei o mundo depois de amanhã…
Tenho vontade de chorar,
Tenho vontade de chorar muito de repente, de dentro…

Não, não queiram saber mais nada, é segredo, não digo.
Só depois de amanhã…
Quando era criança o circo de domingo divertia-me toda
a semana.
Hoje só me diverte o circo de domingo de toda a semana da minha
infância…
Depois de amanhã serei outro,
A minha vida triunfar-se-á,
Todas as minhas qualidades reais de inteligente, lido e prático
Serão convocadas por um edital…
Mas por um edital de amanhã…
Hoje quero dormir, redigirei amanhã…
Por hoje, qual é o espetáculo que me repetiria a infância?
Mesmo para eu comprar os bilhetes amanhã,
Que depois de amanhã é que está bem o espetáculo…
Antes, não…
Depois de amanhã terei a pose pública que amanhã estudarei.
Depois de amanhã serei finalmente o que hoje não posso nunca
ser.
Só depois de amanhã…
Tenho sono como o frio de um cão vadio.
Tenho muito sono.
Amanhã te direi as palavras, ou depois de amanhã…
Sim, talvez só depois de amanhã…

O porvir…
Sim, o porvir…

quarta-feira, julho 04, 2007

Se é que existe um

Contradições: eis o princípio do amor


"Posso te falar que tenho medo,
mas vivo a sorrir.
Posso dizer que a esperança não morre,
apesar de matá-la dentro de mim.
Que eu ando divertindo gente...
Chorando ao telefone...
Posso te falar que tantas vezes caminho pelo escuro
e de repente fico cega com a luz que vocês me trazem.
A verdade é que tento me proteger numa cápsula
e me escondo do amor das pessoas.
E, incoerentemente,
Exponho meu modo, me mostro.
Sempre fiquei a prestar atenção no que você ouve
faz
é.
E acho chata as nossas diferenças.
Só que elas existem e pronto.
E eu te amo pra dedéu!"

segunda-feira, julho 02, 2007

Eu brincava muito na praça
de balanço e gangorra
pique-alto e esconde-esconde.

Eu quase não brinco na praça
mas quero passear por lá
de curiosidade.

Brincar de pique-pega
e salada mista!

Praça
Da guimba ao desdém, eu quero um amor de primavera, procuro em letreiros de néon diz (01:04):
E o amor é um bem tão eloquente, quem afeta os gênios e os tolos



Por demais afetada! De uma forma ou outra...

domingo, julho 01, 2007

Amargo doce vinho

Meu corpo histérico
Silencia meu eu oval
a ouvir a onda que quebra na praia...
Não preciso ser um passarinho
se eu tenho a máquina,
o avião.
Essas coisas de números diferentes!
O corpo está berrando...
quer um samba pra me aquecer
quer falar coisas sem nexo,
quer viver sem nexo,
me faz sair escrevendo coisas sem nexo.
Este corpo está histérico, imprevisível,
ansioso e a mão não pára!
Se balança em círculos e rabisca
besteira.
Minhas unhas derretem.
Desbota a cor,
lambo o sangue.
E não que mais falar nada!

sábado, junho 30, 2007




Porque eu até tenho o que fazer...

Mas eu preciso brincar com a vida!

segunda-feira, junho 25, 2007

Eu-lírico

"É foda.
Eu lembro do dia em que a gente passeava pelas ruas desertas da cidade, parando em qualquer porta... nos amávamos e depois marcávamos a área com um bichinho. Até hoje não entendi o porquê do bichinho! Sabia que não era possível marcar um coração, pois o nosso amor não era o romântico. Não no sentindo que as pessoas depreendem. Inventávamos o nosso. (Eu acho que estou sempre inventando o amor...). Mas éramos bichos: instintivos, múltiplos, insaciáveis.
Com certeza você não esqueceu do nosso escandâlo na rua. Era excitante ver as pessoas desesperadas com as nossas simulações de violência! E quando deitávamos no meio da rua? Era o auge, né? Depois ficávamos horas a imaginar o pensamento daquela gente cheia de moral e do dito 'bom senso' sobre nós.
E a festa para nosso Deus? Confesso que senti ciúmes naquela orgia. Foi a primeira vez que experimentei o sabor do tal amor romântico. Mas a sensação foi passageira.
Eu sempre olhava para os nossos pés. Cada vez que tentei descobrir qual caminho que seguiriam, os meus saiam correndo. Iam dançar. Dançavam sem cessar. Aos poucos via os seus, brancos, gordinhos e desajeitados.
A nossa vida, a todo instante, era sem nexo. Você é sem nexo. Eu sou sem nexo.
É essa a nossa ligação: não ter ligação.
Eu sou feliz.
Mas é foda."

sexta-feira, junho 22, 2007

Traz, vai!

Pode ser como você quiser...
de papel ou metal,
tijolo ou mar.
Podem ser suas idéias futuras
ou as passadas que não se realizaram.
Aquele homem na sua cama,
ou o amor na estante.

Pode ser de creme, chocolate ou doce-de-leite.
Mas traz um sonho!

terça-feira, junho 19, 2007

O telefone

Perdi minha caneta,
minha ampulheta,
minha cabeça.

Esqueci a boleta bancária,
o livro do otário,
a calcinha na corda.

O fio arrebentou,
a tecla caiu,
mas ele não ficou mudo!
"Eu respondi a sua poesia!"

sábado, junho 09, 2007

Já foi

Eu cortei os pulsos.
Peguei uma faca e passei no braço. Tive muito receio porque odeio agulhas, objetos que arranhem ou qualquer coisa que rasgue a pele.
Mas eu cortei os pulsos.
A princípio não sangrou muito porque o corte foi leve. Eu estava sem coragem. Pra ela aparecer, peguei umas doses de cachaça e mandei pra dentro.
Foi bom. O corpo ficou dormente. Minhas sinapses nervosas pareciam se multiplicar.
Aí eu cortei os pulsos mais fundo.
Eu estava num bom momento, sabe? Tinha ido a uma festa no dia anterior com os amigos, meus pais estavam bem, ganhei uma bolsa, viajei.. Mas precisava cortar os pulsos!
Sangrou. Via os pingos cairem no chão. Eles desenhavam algo que eu não entendia. E nem queria! Aquela cor bastava pra mim. Nunca vi vermelho mais lindo.
Prazer total.
Fui amolecendo. Acho que a cachaça evaporou.
Não parava de pingar.
Minha cama ficou bonita.
Eu cortei os pulsos.
E dormi. Sozinha. Com sangue. Sem pulso.

sexta-feira, junho 08, 2007

Pro caralho!

Impressionante como pouca coisa te faz achar muito.

sexta-feira, junho 01, 2007

A vida ainda pode ser doce?

É difícil entender a vida. Senpre digo e me prometo que vou parar de pensar e levantar questões, mas nem percebo e já faço.
Queria ser uma gota do oceano. Um grão de areia. Qualquer palito do paliteiro. Ou outro cliche destes que marcam que não sou nada.
Não sou nada.
Me sinto um nada.
Nada não. Menos que o nada. "Menos que o nada", aqui usada, é um adjetivo, tipo: "Paloma é menos que o nada." Se esta expreessão vira um adjetivo, consigo ser alguma coisa.
Esquece.
Pode ser que eu esteja em crise(!). Pode ser só o cansaço. Pode ser só raiva da minha bondade, do meu jeito atencioso. Eu preciso mudar.
Pra que? Sou nada.

A música do Moska já não condiz com minha essencia: "Sou um móbile solto no furacão/ Qualquer calmaria me dá solidão". Se o mar está agitado, e o peito doido, não sou mais móbile e esquece o furacão.
Lá vem incoerencia: há esperança. Infima, quase nula, mas há.
Há? Sou? Não.
Deixa pra lá.

furada, querida, hoje voce me deu esperanças. Desaguo em cada linha tristeza e alegria que voce me deu.

Obrigada

quarta-feira, maio 30, 2007

Sonhos vão

Descobri que amo a nuvem. Sabe, to descobrindo cada coisa...

Os sonhos estão indo. Por água abaixo. Céu acima. Tanto faz!

sábado, maio 26, 2007

Docinho, docinho, ai, ai, ai

Porque não sobrevivo só.
Porque poetiso com...

Palhaço-paixão

Felipe e Paloma
Poetas de bar
De lona do coração
Fazemos canção!
De lona de bar
De lona de chão
Lona de rua
De estrada, de caminhão
De vida de circo
E se jogam ao chão
De peito e de grito
De saio e de fico
Com cara-de-pão!
Se caem esquisito
Cometem delitos
É lona que cobre
O céu
Granito
Palavras
Paixão.

domingo, maio 20, 2007

Poema-amigo

Amada
mada
querida mata,
vai pra mata
mata
nada
e se mata! de tanto fazer nada.
E nada, no nada, por nada
nada na mata do não-mata-nada.


Por Camilla-vaca e Paloma-bicha.

sexta-feira, maio 18, 2007

Otário desabafo

Eu tive um grande amor. Foi grande mesmo. Tão grande que há seqüelas até hoje.
Mas como esquecer um grande amor? Não se pode ficar pensando no que foi porque rola uma dor da pesada.
Mesmo sendo machucada, traída, modificada, como não esquecer um grande amor? Será que não é possível ter raiva dele? Ou será que só é possível lembrar de sua pureza e sinceridade?
Existe alguma maneira de reaver um grande amor? Como saber que ele não acabou realmente? Mais: como ter certeza que ele era um grande e verdadeiro amor?
Vai ver que ele acabou quando "macarrão com salsicha" deixou de ser minha comida favorita, afinal eu não como mais carne.
Ou quando eu taquei o ursinho "paixãozinha" janela afora de tanta raiva e dor que sentia. E aquele ursinho levou, de fato, a minha paixãozinha embora.
Ou quando a minha grosseria falava mais alto? Ah, vai, quem não foi estúpido um dia e não soube se controlar!?
Se era verdadeiro? Eu acredito que sim porque ainda não senti nada mais forte.
Acredito porque apesar do sofrimento desejo o melhor, a felicidade.
Acredito porque quando lembro daqueles olhos tão carinhosos e doces não consigo sentir raiva. Só sinto meu coração acelerar rápido, rápido como na primeira vez que descobri quem era. Como das vezes que eu o vigiava nas horas do intervalo. Como quando fiz uma simpatia pra tê-lo. Ridículo, eu sei, mas são estas coisas ridículas que envolvem o amor.
Se há cinco minutos eu chorei por causa de certas lembranças, volto a sorrir. E de novo penso no seu bem, comemoro suas vitórias só aqui com o meu coração. E claro, com meu grande amor. Meu grande, inesquecível e eterno amor.

quarta-feira, maio 02, 2007

Estado inevitável do amor

Vazio
Vazio
Vazio.
Não existem mecanismos que acabem com ele.
Só existem mecanismos que estimulem ele.
As chaves.
A batida da porta.
O ren-ren do ventilador.
As horas passando.

Dor. E um estado da alma inquieto, dolorido, incoerente.

Amor. E os votos de mais pura felicidade e sucesso.



Puta que pariu, faz falta.

sábado, abril 14, 2007



"O samba da minha terra deixa a gente mole


Quando se canta todo mundo bole..."




quinta-feira, abril 05, 2007

Go!

Voltar...
Quero sentir a brisa fresca em minha face,
acordar com o gorjear dos pássaros,
sentir meu corpo se aquecer enquanto o sol me acorda.
Então me descubro, me esfrio, agarro o edredom e adormeço.
Com ou sem hora pra levantar, abrir a janela e encontrá-la a me olhar:
uma montanha tão verde que brilha e parece sorrir!
Roubo um pouco desta energia
e assim encaro os dias.
Aaaah, as montanhas!
Quero uma serra pra me alegrar.
Um recanto aprazível
onde se escuta a voz das estrelas.
Sim... elas nunca falaram contigo?
Sério?
Então venha cá, me dê a mão
e suba comigo.
Vamos caminhando, juntos, inocentes, destemerosos do porvir.
Vamos destruir nossos dirfaces rígidos e implacáveis
e dar permissão pra ele adentrar.
Aí, ouvirás.
Venha, permita-me te levar
ou me leve.
Leve.
*Nos ouvidos: Saint Preux*

segunda-feira, março 26, 2007

Do violino pra você

"God bless silent pain and happiness"
Abençoe a dor da perda e a dor da saudade... Dores difícies, quiçá impossíveis, de serem estancadas. Pode passar um ano, dois, elas permanecem aqui dentro, tentando se omitir, esconder por entre os sofrimentos cotidianos, mas não desaparecem!
Por um lado, eu as amo porque não te esqueço jamais. A cada vez que elas aparecem percebo o amor latente. Amor escondido, desperdiçado, estraçalhado, de idas e vindas, mas amor. Amor que será eternamente teu, que um dia, não sei como, eu te darei.
Em outro ponto essas dores são insustentáveis porque não me fazem bem, e pior, fazem menos ainda a ti. Porém, ignore-as, e siga, por favor, siga pois mereces a paz, a tranquilidade e alegria. Siga para retornar melhor e ajudar a tantos que precisarão da tua ajuda.
Dói, mas espero que seja só por hoje.
E se for possível alcançar daí, saiba que te amo. Hoje eu sei.
"I'm wandering round and round, nowhere to go
I'm lonely in London, London is lovely so..."

quinta-feira, março 22, 2007

Outro caos

Desculpa aí, mas não há muito o que contar! Eu sinto uma mágoa tão forte contra você que fica difícil organizar minhas idéias. Ainda mais, assim, bêbada!
Bebi... dois copos já fazem diferença pra aquela que estava na fase de puritanismo. Foram copos, não dois nem três, mas muitos, de alegria, de bem-estar e cumplicidade, que postos na balança só mostram que eu tenho que te esquecer e prosseguir.
Eu fico aqui a lembrar de tantas noites... Tantas foram de risos e expectativa ao seu lado. Em compensação agora você deixa vestígios de ignorância e frieza!
No entanto, por outro lado, tenho uma "coisa mais bonita", que são noites de beleza e carinhos. Esse outro é parte dos crimes que eu cometo: gargalhar, questionar, descobrir, amar.
Aaaah, como te adoro! Como te quero bem! Como me faz me sentir a melhor das criaturas quando por um fio estou! Como consegue me compreender e ser paciente com todas as indecisões?
Eu relembro a minha e a sua voz estridente alcançando os ouvidos alheios e rompendo o silêncio da noite fria de um maio da vida... Lembro de noites bizarras, ciúmes bizarros, sinceridades bizarras.
Joguei o tal silêncio pela janela e guardo-te aqui, ó, no coração, apertado e ciente que sempre terá um lugar pra ti, como tenho aí.
Por hora, fico com lembranças boas e más, 'certezas certas' que me arrependerei, mas com um desequilíbrio que pesa mais pro meu imperador e suas virtudes imperfeitas do que ritmista de coração nobre e atitude torpe.
Só que adoro vocês.

domingo, março 11, 2007

Pesquisa de opinião

O que é pior: medo ou remorso?

quarta-feira, março 07, 2007

Bá!

Eu estou cansada dessa sua exibição barata! Você quer me provar o quê? Que já sabe viver sem mim? Disto eu sei e você também já me avisou. Então pra que me ronda, pra que quer me mostrar como anda a sua vida, pra que vir chorar no meu colo?
Eu estou cansada desse seu jeito dependente que só prende a pessoa que está a seu lado e que aos poucos vai sufocando, apaixonando, sufocando, apaixonando... Você é livremente incoerente.
Cansei de notar a sua intenção de me deixar ciente da situação em que você se encontra, do seu novo brinquedo, das suas andanças por aí. Eu não me importo com nada disso! Não percebe? Não quero saber detalhes, apenas se no geral vai tudo bem.
Vamos deixar o tempo nos separar. Ele faz isto tão bem, não é mesmo? Não interfira! Interfirimos e não deu certo.
Vamos enveredar por caminhos alheios sem pronunciarmos os nossos nomes.Você precisa beber no sexo de outra pra compensar o que não bebeu no meu. Te dou o maior apoio, desde que você pare de me procurar pra 'mostrar'. Pois eu ainda não entendi o porquê o faz.
Espero que não seja porque ainda me quer.

domingo, março 04, 2007

Balanço

Então... este é meu último final de semana de férias.
O que foram as minhas férias? Não muito boas, nem muito ruins. Diria que um tanto inusitadas.
Não viajei e pouco passeei. Preferi um momento de reflexão. Avaliar o que passou e descobrir o que estava por vir.
Mas este período de introspeccção se alongou forçadamente. Nestas férias posso dizer que sofri uma puta urucubaca. A saúde sofreu vários baques e abalada estive. Tive dias de ser uma jovem senhora com dores nas costas e sentindo as dificuldades que a nossa cidade apresenta aos idosos. Cruel...
Padeci de febre, padeci de crise alérgica(diminuiram!). E por fim, quando acreditei já ter padecido tudo, fiz um gol de placa no sofá e pus o meu dedo para o lado, como uma seta, apontando que tudo isto foi reflexo da minha mente estúpida.
Também li bastante, apesar de no meio do descanso, cansar.
Fui boas vezes ao cinema. Falei pouco no telefone (bingo!). Passei dias no computador (merda).
Reecontrei amigos distantes. Senti saudades de amigos que estão fora.
Caminhei na praia, fui à Santa Teresa, fui ao Jardim Botânico.
Fui duas vezes(!) no show do Chico Buarque e, em um deles, nossos olhares se cruzaram(!!).
Cuidei da minha alma e renovei meu modo de ser.
Então... ganhei as férias. Não foi o que eu imaginava, mas foi um grande presente.
Leia o texto O violino, de Dominique Lotte

segunda-feira, fevereiro 26, 2007

Receita

Recomendação médica:
1- "Você tem que acreditar em mim, nas pessoas! Vem, anda até aqui, mas com o pé todo no chão!"
2- "Só você sabe o que passa. Só você sabe se dói ou não. Então, fala, me diz."

Caminhei.

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Peito Vazio
Cartola e Elton Medeiros

Nada consigo fazer
Quando a saudade aperta
Foge-me a inspiração
Sinto a alma deserta
Um vazio se faz em meu peito
E de fato eu sinto
Em meu peito um vazio
Me faltando as tuas carícias
As noites são longas
E eu sinto mais frio.
Procuro afogar no álcool
A tua lembrança
Mas noto que é ridícula
A minha vingança
Vou seguir os conselhos
De amigos
E garanto que não beberei
Nunca mais
E com o tempo
Essa imensa saudade que sinto
Se esvai

quarta-feira, fevereiro 21, 2007

segunda-feira, fevereiro 19, 2007

José, pra onde?

JOSÉ

E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?

E agora, José?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio - e agora?

Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, José!

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José!
José, para onde?

sábado, fevereiro 17, 2007

Vivo

"Impuro, imperfeito, impermanente
Incerto, incompleto, inconstante
Instável, variável, defectivo
Eis aqui um vivo
Eis aqui
(...)
Não feito, não perfeito, não completo,
Não satisfeito nunca, não contente,
Não acabado, não definitivo:
Eis aqui um vivo
Eis me aqui"

Um vivo que vive a despertar aversão. O amor já não lhe quer, amizade é passageira, os carinhos apodrecidos .
Vivo? Morto-vivo. Parasita de sentimentos alheios que nunca serão seus. Nunca! Não há espaço!
Como viver? Viver sem amor? Não é pior que viver sem a perspectiva de um amanhã? Os dois não acabam sendo um só?
Então me distraio com uma faca nas mãos, que sem querer escorrega e me corta um dos dedos. Essa dor é menor que uma topada na cadeira, que é maior que a dor da solidão. Não temo a solidão. Temo a falta dele... Dele que volta... Dele que não me quer.
Vou procurar a distração nas folhas dos livros que não me apetecem, na televisão nojenta, nas noites insólitas. Na verdade é tudo uma grande fuga e me dou conta disso quando sinto as lágrimas derramarem ao presenciar um abraço.
Não, não é fuga. Só as vezes.
Eu sou vulnerável. Fraqueza facilmente atingida, humilhada, ferida.
Esse ser inconstante, instável, imperfeito tem pureza notada na transparência e na sinceridade.
Enfim, já deu raiva. Pro vivo continuar vivo, por Shakespeare, o ser é uma megera que precisa ser domada.

quarta-feira, janeiro 31, 2007

Um animal extraviado

"Havia razão para lamentar? Nada há que lamentar. O passado não me causara lástimas. Lastimáveis eram o agora e o presente, todas essas horas e dias incontáveis que eu perdia, que eu vivia em sofrimento, que não me traziam nenhuma dádiva nem a menor comoção."

quinta-feira, janeiro 25, 2007

Pra quê?

Na era da pós modernidade, é compreensível que as pessoas tentem cada vez mais a se tornarem diferentes, trazendo, de alguma maneira, novidades com o intuito de ganhar destaque. Mas existe um outro lado: pessoas com o mesmo interesse se juntam e fazem o grupo se fechar para outros, de forma segregadora.
Porém, ultimamente, não tenho visto a 'vontade da inovação'. Na verdade, o que tenho percebido, é a falta de criatividade e a necessitade de imitar. E que coisa mais sem graça que é isto, não é mesmo?
Estou cansada daqueles que querem ter a mesma aparência, ler os mesmos livros, agir igual, programas equivalentes, ouvir como...
Monotonia, né? Tedioso, não?
As pessoas que agem assim, simplesmente, são ocas. Vivem sobre o outro e levam algumas das 'novidades' (não chamaria de novidade, mas sim de falta de vergonha na cara) a uns gatos pingados que gostam e a elogiam. Óóóóó! O 'X' da questão está aí: o ser humano adora ser vangloriado. Pra quê? Para terem personalidade fraca e caráter chulo?
Banho de arruda já!

terça-feira, janeiro 16, 2007

Ui, arrasou!

VAI TOMAR NO OLHO Do SEU CU!
Pronto, falei! Ufa!

Assim que as coisas tem jeito: chutando o balde e sendo feliz.
Eu não nasci pra me deixar enganar. Atenta, desconfio e não aceito desculpas esfarrapadas, frases hipócritas, tom desentendido.
Chora, vai! Pensa, vai!
E enquanto isso, ando reto, sem destino. Esqueço o passado. Não vou me desmentir. Estou sempre por aqui.

Eu e Tom

A roda do círculo roda no mesmo sentido que foi. Roda, rola, enrola, desenrola.
Não é o mesmo: o suspiro que me toma; o ar que me toma; o cheiro que me toma; o sabor que me toma; a embriaguez que me toma.
Rodou acreditando encontrar o íntimo da psique. Rolou nos acordes desarmônicos, nos versos recôntidos, nas líricas sujas. Enrolou-se na índole despótica e nas mentiras indelicadas. Desenrolou nas ruas do coração - aquelas com caminhos tortos, onde os bêbados sentam, mendigos sofrem, as pessoas correm. Aquelas que são saídas pra dor, de alegrias levianas e insensatas.
Daí os eus aparecem e discutem entre si. E o verdadeiro eu, existe? Por quem é fabricado? E isso tem importância? São quantos, afinal? Não, você não acreditada nisso? Mentira! Presta atenção em você. Conta quantos vocês existem. Como os vocês é só você, então não há vocês? Ou não tem você? Faz assim: suicida um deles e vê como se sente. Cria outro dentro do seu eu e note o que muda.
É possível, no entanto controlar isto? O ser humano quer manipular tudo, não concorda? As plantas, as máquinas, o dinheiro, o poder, o sentimento e a própria vida humana. (E as coisas caminahm pra destruição...) OPA! O sentimento? Manipular? Difícil...
Vamos ser muitos. Vamos sair por aí, rodar, rolar, enrolar, desenrolar pelas encruzilhadas da vida. Pode matar algum eu, ou seu, ou meu. Tanto faz. Pode até ser o nosso. Isto faz parte. É assim que a história se concretiza. É o temor que credita o sabor.
Porém, não esqueça: o sabor não vem só do medo. Então, bem vindo a escolha! Será bem acolhido!
Olha, está chovendo na roseira... o jardineiro está florido... você é de ninguém.