sábado, junho 10, 2006

Presente

Uma cena: uma moça, linda e morena, andando nos lacônicos labirintos das ruas,
perplexa em meio a uma chuva plácida, onde a brisa se mistura e leva suas lágrimas.
Tende ao sereno noturno porque a tarde já se vai e a sombria e nebulosa claridade também.
Um momento de quadro, uma exposição presunçosa de um sentimento que não prescinde.
Então volta, pelo caminho que não veio, entretanto, ainda sente a mesma necessidade de quando foi.
Sua capa escura protege seu rosto da água e no sentir que jaz de seus olhos; o retorno é austero e límpido quando a chuva já ameniza; um sereno que esboça o sorriso no rosto, perto da esquina de onde não veio; a cruz das ruas se desfaz e uma saída se ilumina à luz lunar; evade-se o imo e segue, ela, sem olhar para trás.
Silêncio de paz, no decorrer d'água da chuva que morre no chão, naquela passada rua.

O furo no círculo.
01-05-06.
Por Antonio.

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