sábado, novembro 11, 2006

Selvagem

Nossa, senhora, que medo!
Os rostos tão belos pareciam, agora, a sombra do demônio. Mas, sei lá porquê, anjos da guarda, mais que nunca, pareceram existir.
Sambar foi preciso pra dar aquela relaxada semanal. Mas era aquele samba cheio de remelexos, e de olhares, e de sacadas desentendidas, e de saudades mal cumpridas e o "deixa tudo como está" se foi.
As novidades eram tão pesadas à própria mãe, que não aguentou ver o desfecho pelo chão. Pobrezinha!
Tudo acabara sem o menor adicional a quem tanto lutou para manter a ética e a moral!
O que ética e moral?
Eu só queria que você não se sentisse só. Nem tão pouco sem saída.
Eu só não queria que você se sentisse tão mal, ao ponto de revelar seus mais altos e proibidos desejos (sim, aqueles que você diz não reprimir) a todos... Cuidado, muito cuidado!

2 comentários:

Anônimo disse...

Cuidado, muito cuidado!
Beba! "Tim-Tim"
O copo é de vidro, é de cobre, vai corre, corre, corre.
Olha! Cega, cego coração.
Chame o garçom.
Cuidado! O copo é de vidro, vai rachar, vai quebrar, vai entornar o elixir no chão. Eu não vou lamber o chão, prefiro que estrague, que acabe, prefiro você suja. Imunda, porca, de cerveja, de cachaça, chame o garçom.
- Davi! Davi! Davi!
Corre, cuidado, muito cuidado! Com a bandeja, com os copos, com a moral, com ética, tudo falso alarme, o copo é de vidro, a moral é de aço, infelizmente.
Entorne, entorne, poesia, entorne poesia!
Chame o garçom, cuidado, muito cuidado!
Não queria que você chamasse, mentira, cuidado! Ao chamar não queria que se sentisse só.
Chame o garçom
- Davi! Davi!
Cuidado, muito cuidado!
Traz a "Nossa Senhora do que medo", Maria Madalena, Santa Rosa, Maria da Dores, Duvido, Mineirinha, Circo de Soleil, Mambembe, Cigano, Quietinho, Cheirinho, Dourada, de praia, sedentária, de raiva, natação, não, cuidado, muito cuidado! Corre, corre, corre, atrás dos carros, atrás do Bonde!
Garçom traz, Santa Tereza! Flamengo! Urca! Méier! Leblon!
Traz o síndico, traz o médico. Traz a inspiração!
Traz a Ética, Traz a moral, ta em falta, acabou, nunca teve, no estoque, alguém encontrou, é paraguaio, serve mesmo assim, enche o copo, é vazio, enche assim mesmo. Ta com cerveja, joga ética por cima, joga em mim, acabou, nunca teve, no estoque, alguém derramou pelo o ralo. Sobraram desejos, sobrou os proibidos, sobrou eu mesmo, sobrou tudo aquele que você diz que não reprime!
Quem é aquele? Não sei, ta no estoque!
Derramou... Derramou...
Eu disse "cuidado, muito cuidado!”.
ESCUTA: Davi! Hahahahaah
Davi! É sério, não vá, volte!
Garçom, não, desculpe, Davi! Davi! Por favor! Aipim Frito, Batata Frita, Alface Frito... Alface... Alface...
Vou ao banheiro, na arvore, no muro, no carro, no Pinel, jogado, no chão, vira a lata, vira-lata.
Não vou carregar ninguém para casa, nunca pedi, nunca pedi, nunca quis, palmas, mentira, mentira, mentira.
Otário, cachorro, elogios, elogios, elogios.
Quebre o copo, objeto inútil. Beba no gargalo, no gargalo!
Davi! Eu disse "deixa tudo como está"
E você trouxe a saideira, na bandeja, o copo rachou.
Davi! Traga a conta!
Chame o táxi Davi! Ela vai e eu não vou.
Que desejos? Que revelação? Que proibição?
Mentira, mentira, mentira.
Davi! Cante comigo: "Mal nenhum, eu não posso causar mal nenhum, a não ser a mim mesmo, a não ser a mim...".

Felipe Coelho disse...

Acabei botando como anônimo...ops! Foi mal.