Perdi minha caneta,
minha ampulheta,
minha cabeça.
Esqueci a boleta bancária,
o livro do otário,
a calcinha na corda.
O fio arrebentou,
a tecla caiu,
mas ele não ficou mudo!
"Eu respondi a sua poesia!"
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Quem dera eu fosse um músico que só tocasse os clássicos, a platéia chorando e eu contando os compassos. Se eu soubesse agora, como eu soube antes, a dança alegórica entre as vogais e as consoantes! (Leminski)
"Muitos estudantes são obrigados a ler à maneira suína, mastigando e engolindo o que não desejam. Depois, é claro, vomitam tudo... Como já passei dessa fase, posso me entregar ao prazer de livros à maneira canina. Nenhum cachorro abocanha a comida. Primeiro ele cheira. Se o nariz não disser 'sim', ele não come. Faço o mesmo com os livros. Primeiro cheiro. O que procuro? O cheiro do escritor. Se não tem cheiro humano, não como."
(Trecho do artigo Ler Pouco, de Rubem Alves - Revista Educação de julho de 2005).
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