segunda-feira, junho 25, 2007

Eu-lírico

"É foda.
Eu lembro do dia em que a gente passeava pelas ruas desertas da cidade, parando em qualquer porta... nos amávamos e depois marcávamos a área com um bichinho. Até hoje não entendi o porquê do bichinho! Sabia que não era possível marcar um coração, pois o nosso amor não era o romântico. Não no sentindo que as pessoas depreendem. Inventávamos o nosso. (Eu acho que estou sempre inventando o amor...). Mas éramos bichos: instintivos, múltiplos, insaciáveis.
Com certeza você não esqueceu do nosso escandâlo na rua. Era excitante ver as pessoas desesperadas com as nossas simulações de violência! E quando deitávamos no meio da rua? Era o auge, né? Depois ficávamos horas a imaginar o pensamento daquela gente cheia de moral e do dito 'bom senso' sobre nós.
E a festa para nosso Deus? Confesso que senti ciúmes naquela orgia. Foi a primeira vez que experimentei o sabor do tal amor romântico. Mas a sensação foi passageira.
Eu sempre olhava para os nossos pés. Cada vez que tentei descobrir qual caminho que seguiriam, os meus saiam correndo. Iam dançar. Dançavam sem cessar. Aos poucos via os seus, brancos, gordinhos e desajeitados.
A nossa vida, a todo instante, era sem nexo. Você é sem nexo. Eu sou sem nexo.
É essa a nossa ligação: não ter ligação.
Eu sou feliz.
Mas é foda."

5 comentários:

Anônimo disse...

Eu sou feliz
Mas é foda!

é bem isso mesmo! É foda não, porque eu não falo mais palavrão, é flores!


"Há flores em tudo que eu vejo!"

Eloqüência disse...

A pessoa que fez esse texto deve ser mto doida. Tipo aquele poema: "tira a faca do meu estomago e enterra o pau que � mais confortavel"... como � Camilla?
Enfim...

Eloqüência disse...

tira esses quadradinhos e coloca "eh"

Eloqüência disse...

"tira essa faca do meu peito e enterra o pau. E muito mais confortavel"

Anônimo disse...

EH!!!! do meu peito!!!
Muito mais confortável né????