quinta-feira, julho 13, 2006

Lembranças

Finalmente estou de férias! Se bem que esse período empurrei com a barriga. Mesmo assim, deu para cansar...
Esses últimos seis meses foram bem proveitosos. Surpreendi-me comigo mesma diversas vezes. Tantas coisas aconteceram!
Durante as férias consigo dormir muito mais que já durmo. Acordo para lá das duas horas da tarde com sono de quem acordou as seis da manhã!
Hoje, acordei um pouco mais cedo (meio dia, tá bom?), enrolei (como de costume), entrei no banho com o som em um bom volume (entender como muito alto) e em ótimo gosto, modéstia à parte (Pixinguinha e Bach em sax, flauta e cravo).
(Adoro usar parênteses!).
Meu lado virginiano me chamou... Há muito tempo não me aquietava com as minhas coisas. Precisava organizar, mexer, limpar, colocar minha energia no que é meu.
Tive várias lembranças. Um passado que não retorna. O engraçado é que ontem estava a conversar sobre isto com o Zulu, pois ele escreveu um texto sobre a infância dele.
Depois do banho, abri meu armário e minhas recordações.
Eu tenho uma latinha onde guardo as caixinhas com os brincos que ganhei de 15 anos. É, porque debutante ganha brincos e cordões de ouro ou perfumes. Impressionante!
Sentei na cama com a latinha. Olhei todos meus brincos. Metade nem estavam mais lá. Uns utilizo com freqüência. Outros estragaram; alguns sumiram. Coloquei tudo na lata, menos a minha querida caixinha azul. Nela há meu anel de prata. Este é, para mim, o símbolo dos meus 15 anos. Meus pais me deram no dia da minha festa. Foi tão emocionante e mágico que eu não quero perdê-lo nunca. Até por isso quase nem o uso.
Achei o cordão com dois pingentes que contem a primeira letra do meu nome e a do meu ex-namorado.Foi presente dele. Nossa, acreditei que seria para sempre!
Peguei a caixa de música que minha mãe me deu. Tinham pulseiras que eu usava na sexta e sétima séries! Lembro tanto das minhas amigas de Friburgo. Morava lá naquela época. Penso na Marcela e nas idiotices e imaturidade que fizeram nossa amizade acabar. Penso na Verônica e em tantas vezes que ela estava presente em épocas dificies para mim, apesar da distância. O mesmo aconteceu com a Luciana.
Depois encontrei um broche bem pequenininho, dourado, com uma pérola no meio. Minha mãe me vestia como uma bonequinha e me fazia usar com uma blusinha branca. Era lindo!
Que delícia foram aqueles momentos. E que bom lembrá-los com carinho. Além deles, recordo vários outros que minha mãe me proporcionou...Todos os aniversários era uma surpresa diferente. Por falar nisto, o Felipe (bar) tem uma história que me causou inveja: ele pedia, quando criança (ou não, né... rs), os bonecos do Hi-Man para os pais. E nunca ganhava. Até que em um dia, não lembro se era aniversário ou Natal, quando acordou, se deparou com todos os bonequinhos! Caramba, imagina a emoção da criatura! Vai ver que ele é bobo por isto. Brincadeira... Mas que prazer inesperado! Quero fazer o mesmo para os meus filhotes.
Continuando: várias sandálias de salto alto! Que são minhas! Hahahaha.
Eu tenho quase 20 anos (uma pena!) e não adianta, não tenho gosto por saltos. Isto já foi discussão com a minha mãe. Ela acha que eu sou menos feminina por usar tênis. Eu discordo. Sinto-me tão feliz com meus tênis, sandálias rasteiras e sapatinhos de boneca. Salto para quê? Para doer meus pés?
As minhas sandálias altas foram todas compradas para ir a alguma festa. Por exemplo, na minha formatura, usei uma prateada, linda, linda. Tem um salto agulha e duas tiras que se prendem aos tornozelos. Estas, contudo, não são presas à sandália e, por isto, deslizam. Na festa estava com o Paulinho e tive a infeliz idéia de pedir para ele carregá-la. Sim! Ou achou que eu fiquei em cima desse trambolho altíssimo e com salto fino a festa toda? Jamais! Fiquei descalça, óbvio. Mas, então, Paulinho, como era de se esperar, perdeu as tiras. Não tinha como eu andar. Só há um ano que a minha amada e inteligente mãe mandou fazer outras tiras.
Hoje resolvi colocar o raio da sandália prateada. Sinto-me a Globeleza com ela. Dei até uma sambada na frente do espelho. E descobri que sambar de salto é mil vezes mais fácil. Descobri também que eu sambo melhor com salto do que ando com ele! Hahahaha. Só não agüentei muito tempo por causa do meu pé torcido. Dói.
Foi uma tarde deliciosa: meus objetos, eu, minhas lembranças e minhas músicas. O repertório foi vasto: Coldplay, sambas, o cd do Caetano com Jorge Mautner (Eu não peço desculpas), Mundo Livre S. A, Nando Reis, Tom Zé, e a MPB fm, claro!
Será que as pessoas buscam esses momentos como eu? Será que elas gostam? Será que elas se encontram? Ou se perdem?
Ah, blé!


OBS: O poeminha do post debaixo foi feito pelo pelo Felipe Coelho Bar...

2 comentários:

Felipe Coelho disse...

Era aniversário

Anônimo disse...

Só nos reconhecemos no passado, meu bem. O futuro é só um palpite...